Mesmo tendo vivido no século XIX, a fundadora Congregação das Irmãs de Santa Doroteia tem uma história de vida que permanece atual e inspiradora em pleno século XXI.
Paula Ângela Maria Frassinetti nasceu em Gênova, Itália, em 3 de março de 1809, numa família modesta. Perdeu a mãe aos 9 anos e cresceu na companhia do pai e de 4 irmãos que se tornariam sacerdotes.
A aparência e a saúde frágil de Paula não combinavam com a grandeza e a força de seu espírito. Foi assim ao visitar seu irmão mais velho, José Frassinetti, pároco da aldeia de Quinto al Mare: em vez de cuidar da própria saúde, Paula fundou uma escola paroquial para crianças pobres.
O trabalho da jovem Frassinetti chamou a atenção das meninas locais, a vocação religiosa aflorou e, no dia 12 de agosto de 1834, Paula fundou a Comunidade Religiosa Filhas da Santa Fé. Posteriormente, ao assumir uma obra apostólica já existente, adotou a denominação de Irmãs de Santa Doroteia.
Muitas são as passagens verdadeiramente heroicas da vida de Paula Frassinetti. Em 1835, quando a cólera grassava de forma devastadora e mortal na Itália, Paula e suas companheiras trataram doentes sem que nenhuma das Religiosas ou alunas fosse atingida pelo mal.
Outra passagem que expressa a coragem, firmeza e proteção divina de Paula Frassinetti aconteceu em 1839, quando uma tempestade devastava a região de Rivarolo, onde havia uma casa das Irmãs. Madre Paula enfrentou o temporal mas não deixou de partir em socorro das Irmãs e alunas da casa. Ao cruzarem um rio, tendo o cavalo que lutar contra a correnteza para manter a carruagem, conseguiram fazê-lo segundos antes do rompimento do dique. O condutor da carruagem expressou sua certeza de que conduzia uma santa.
Em viagens marítimas de grande risco, as Doroteias sentiram-se alvo de especialíssima proteção dos céus. Em 1848, em meio ao intenso tiroteio, no Gianícolo, nas proximidades do Vaticano, seu colégio não foi minimamente atingido. Fatos como esses contribuíram para aumentar a confiança dos que se comprometiam com os ideais apostólicos de Paula.
O trabalho se expandiu por várias localidades italianas. Depois de estabelecer a Casa Geral em Roma, Paula enfrentou corajosamente as perseguições e guerras do período de unificação da Itália. Mas sua obra saiu fortalecida. Em 1866, as Irmãs chegavam ao Brasil e, logo depois, a Portugal. Hoje, as filhas de Santa Paula Frassinetti desenvolvem ações educativas e sociais nos cinco continentes.
Em 11 de junho de 1882, depois de 73 anos de vida consagrada a Deus e à educação, Paula Frassinetti morreu em Roma.
Em 8 de junho de 1930, foi beatificada pelo Papa Pio XI.
Em 11 de março de 1984, foi canonizada pelo Papa João Paulo II.